Sinto o tempo passar por mim
Como nuvem num sopro delicado
Acalentando as flores no jardim
Sinto a mão da vida me consolar
Expressando os minutos na solidão
Que de tão preciosos esvaem-se
Sinto a dor de uma canção
Na poesia antiga e solitária
Dos versos que hoje cansados
Nem são meramente lembrados
E o reflexo no espelho é assombro
Das dores vividas entre alegrias
E as lembranças agonias
Da juventude em mim tão querida
O que posso ver realmente?
É que o bem maior que temos
Não é o ouro ou prata
E sim o preciso tempo
Que não conseguimos guardar
Juventude maldita acordem
Vivam os minutos de um dia
Para que não se diga: Não vivi!
Pois ele não volta mais
Auxiliadora RS
08/11/2020 – 11:50