domingo, 8 de novembro de 2020

 

 Sinto o tempo passar por mim

Como nuvem num sopro delicado

Acalentando as flores no jardim

 

Sinto a mão da vida me consolar

Expressando os minutos na solidão

Que de tão preciosos esvaem-se

 

Sinto a dor de uma canção

Na poesia antiga e solitária

Dos versos que hoje cansados

Nem são meramente lembrados

 

E o reflexo no espelho é assombro

Das dores vividas entre alegrias

E as lembranças agonias

Da juventude em mim tão querida

 

O que posso ver realmente?

É que o bem maior que temos

Não é o ouro ou prata

E sim o preciso tempo

Que não conseguimos guardar

 

Juventude maldita acordem

Vivam os minutos de um dia

Para que não se diga: Não vivi!

Pois ele não volta mais

 

Auxiliadora RS

08/11/2020 – 11:50