segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Meu pai, meu amigo


Sei que deixei a mágoa me consumir
Sei que não perdoei, doeu em mim
Quis ser justa com meus sentimentos
Só colhi lamentos

O mundo me ensinou que não se é perfeito
Mas que minhas ações dizem tudo
Que não somos nada, que morremos
E temo, não quero!

No teu dia, só posso te dar um presente
Porque ganhei demais todos esses anos
E que a ferida aberta, sarou
E que aprendi finalmente a ser humano

Ouvi tua voz, lembrei do teu rosto, dos teus traços
Hoje tua voz é rouca, mansa, carinhosa
Lembrei de ti forte, soberano, capaz de vencer os dias
E hoje, os dias estão te vencendo a cada ano

Pai, te dou meu colo e meu carinho
Porque nunca me deixou sozinha
E quando menos esperei, tu estavas lá
Do meu lado, calado, olhando, me ensinando
Persistindo, me cuidando, me zelando

O teu silencio me ensinou muito mais que palavras
E aprendi a te amar, passar por cima de tudo
Por isso posso afirmar, agora eu sei o que é ser pai...
Obrigada por me considerar filha...



Auxiliadora RS
10/08/2015 - 19:55